CONDIÇAO CORPORAL DE OVINOS

SÁ,J.L. & OTTO DE SÁ,C.

 

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    Ao longo do ano, os ovinos e, em especial, as ovelhas, passam por diferentes ciclos produtivos e/ou reprodutivos que alteram as suas exigências nutricionais. A disponibilidade de alimento, também varia em decorrência das mudanças climáticas. Com isso, os animais podem perder ou ganhar peso. Esta mudança na condição corporal afeta o desempenho do animal e, portanto, deve ser controlada. O peso é um bom indicador do estado nutricional, entretanto, há uma larga variação do tamanho adulto entre os indivíduos e entre as diferentes raças, o que significa que nem sempre um animal pesado apresenta uma boa condição corporal. A avaliação desta condição somente através da visualização, também não é uma boa opção, principalmente nos animais lanados. A lã pode dar uma falsa idéia de um bom estado nutricional.

    A avaliação da condição corporal através de escores obtidos pela palpação da região lombar, auxilia no manejo nutricional e reprodutivo do rebanho. Para identificar a região da palpação, deve-se localizar a última costela e subir com os dedos até encontrar a vértebra lombar. Nesta, sente-se dois processos denominados de apófises espinhosa e transversa. O escore obtido varia de 1 a 5 e se baseia na sensibilidade da palpação à deposição de gordura e músculo na vértebra. O escore 1 significa que o animal apresenta uma pobre condição corporal. Neste caso, sente-se muito as apófises espinhosa e transversa na palpação. Por outro lado, o escore 5 representa uma deposição excessiva de gordura, impedindo a sensibilidade das apófises.

    Nas figuras a seguir, é possível visualizar a forma de realizar a avaliação corporal através da palpação.

  

O sistema de avaliação corporal tem por base uma escala de 1 a 5. Pode-se trabalhar com intervalos de 0,5 (1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,5; 4,0; 4,5; 5,0). Os 5 escores principais estão demonstrados nas figuras a seguir:

 

 

 ESCORE 1 (MUITO MAGRO)

     As apófises espinhosa e transversa estão proeminentes e bem definidas. No caso da apófise transversa, é possível colocar os dedos sob o final dela. O músculo lombar tem pouco volume e não possui cobertura de gordura.

 

 ESCORE 2 (MAGRO)

     A apófise espinhosa está proeminente e bem definida. Sobre o músculo lombar existe uma pequena cobertura de gordura. Sente-se a apófise transversa de forma suave e arredondada. Com um pouco de pressão, é possível colocar os dedos sob o final da apófise transversa.
 

 ESCORE 3 (MÉDIA)

     A apófise espinhosa se apresenta de forma suave e arredondada. O músculo lombar está mais volumoso e possuí uma boa cobertura de gordura. Sente-se a apófise transversa, mas somente com uma firme pressão consegue-se colocar os dedos sob o seu final.
 

 ESCORE 4 (GORDO)

     A apófise espinhosa só é detectada através de pressão, como uma linha dura. As apófises transversas não podem ser sentidas. O músculo lombar é volumoso e possui uma espessa camada de gordura.
 

 ESCORE 5 (OBESO)

     As apófises espinhosa e transversa não podem ser detectadas. O músculo lombar é muito volumoso e a camada de gordura sob o músculo é muito espessa.

 

 

SUGESTÕES DE ESCORES CORPORAIS PARA OS VÁRIOS ESTÁGIOS DO CICLO PRODUTIVO DE OVELHAS

 

FASE PRODUTIVA

ESCORE ÓTIMO

REPRODUÇÃO

3 – 4

INÍCIO E MEIO DA GESTAÇÃO

2,5 – 4

PARIÇÃO (PARTO SIMPLES)

3 – 3,5

PARIÇÃO (PARTO GEMELAR)

3,5 – 4

DESMAME

2 ou MAIS

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